Amo-te no silencio contrafeito,
Temendo a incontinência dos meus olhos,
Pobre amor que se perde, inevitável,
Consumido de apelos e renuncias.
Sei que és manha ainda, no céu puro,
Claridade que apenas prenuncia,
Fruto de vez que a luz vai madurando
Vejo-te e me castigo a imaginar
O gesto de colher, que não encontro
Para tanta beleza
E Desespero.