Quando formos os dois já bem velhinhos
Já bem cansados, trôpegos, vencidos
Um ao outro, apoiados, no caminho
Depois de tantos sonhos percorridos...
Quando formos os dois já bem velhinhos
A lembrar tempos idos e vividos,
Sem mais nada a colher, nem mesmo espinhos
Nos gestos desfolhados e pendidos...
Quando formos os dois já bem velhinhos
La onde findam todos os caminhos
E onde a saudade, o chão, de folhas junca
Olha, Amor, os meus olhos, bem no fundo
E verás que este amor em que me inundo
É uma alvorada que não morre.