Serás a brasa ardente,
A chama a brilhar mais vivamente
Ao vento que passa...
Serei o vento, serei o vento
Numa irrequieta alegria,
A fazer dos momentos gloriosos
E vividos dia a dia
E das ânsias e dos gozos,
Espirais de fumaça e de poesia!
Espirais de fumaça, esguias, azuis,
Monólogos de sonhos e poesias
Que ainda não compus,
Intentando lembrar as linhas dos teus traços
E a tatuarem nos espaços
Teu corpo de fumaça
E tua alma de Luz!
As líricas espirais dos poemas que componho
Lembrando restos de sonho,
E que vêm de ti, porque te amo
E porque me amas,
Como da brasa acesa fogem para os céus
Numa dança de gestos e de flamas,
Espirais de fumaça
Envolvendo de véus
Os corpos bailarinos e louros das chamas!
Serei o vento, sim!
Virei de muito longe, da experiência das minhas emoções,
Pela infinita estrada
Onde deixei um sonho preso em cada espinho,
E em cada espinho presa uma ilusão fanada...
Virei de muito longe, sim, nesse caminho,
Que vai chegar a ti,
Onde os cardos e as rosas se misturam pelas encruzilhadas,
- julgando trazer as mãos cheias de estrelas,
Quando apenas colhi
Os louros pirilampos soltos nas estradas!
Serei o vento, sim!
Encherei teus ouvidos com canções mais distantes,
Mais estranhas de povos desconhecidos
Que moram para além do mar e das montanhas...
Transbordarei teus olhos com o caleidoscópio
Das paisagens bonitas e esquisitas
Do mundo em que eu habito,
E dar-te-ei a provar do extraordinário ópio infinito
Da minha alma
- e então te levarei pela mão,
Dócil, calmo, deslumbrado,
Em abandono e como embalado
Em um sono.
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